quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"Touch" ou não há coincidências

Talvez seja verdade que estamos ligados por teias invisíveis, regidos por leis matemáticas ou seja o que for. E que, se calhar, não há mesmo coincidências e tudo o que acontece é predestinado.

Hoje a Isabel M., que eu não via há anos, veio ter comigo para pedir um conselho profissional. Na conversa disse que estava com vontade de pedir a reforma e que a única coisa que a impedia era o medo de sentir falta do trabalho. Nós temos destas coisas, gostamos mesmo muito do que fazemos. caso contrário isto andaria muito pior. Mas adiante.

Bem planeada a reforma até podia ser uma ideia para ela fazer outras coisas de que gosta. Como pintar, disse-me ela. Veio-me logo à ideia o meu amigo José A., não por estar reformado, mas a quem o gosto antigo pelo desenho e pintura levou a vários cursos pós-laborais na ESBAL, a várias exposições e a uma obra vasta. Há anos que o vejo acompanhado com o seu último caderno de esboços, sempre com pequenos desenhos ou pinturas que distribui alegremente pelos amigos. A Isabel também o conheceu há muitos (demasiados) anos quando estávamos as duas no início da nossa carreira profissional.

Plantar coisas, mexer na terra, era outra ideia da Isabel, que no entanto tem algumas limitações para o fazer sem esforço. Lembrei-me da minha querida Guida, da horta em Azeitão e do que nos divertimos na quinta. Sabes, disse à Isabel, ela é casada com o S.B, lembras-te dele claro, do nosso curso. Muito bem, responde ela. Tenho uma quinta em Azeitão, mas do outro lado. Junto à do Zé P, lembras-te dele, não? Claro, mais um nome do passado muito distante, que não via há anos.

De repente lembrei-me. Sabes que última vez que o vi foi há anos, em Sintra, numa exposição colectiva em que participava o José A.? A M., mulher do Zé P., era colega na ESBAL e expunha na mesma colectiva. Separaram-se, diz-me a Isabel. Ela continua a pintar e faz livros para crianças. Que giro, este mundo é tão pequeno.

Há uma hora, no café da minha chafarica onde fui comer qualquer coisa para continuar o dia que hoje está a ser comprido, entra a M. Fiquei aparvalhada a olhar para ela. O que é que fazes aqui (ainda por cima a uma hora tardia, quase pós-laboral)? Estou a trabalhar cá, comecei há pouco tempo a fazer aqui umas horas extra, porque precisavam de pessoal.

Estamos mesmo todos ligados, porra!


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